SÂMIA ROCHA DE SOUSA | BIOGRAFIA
Uma mulher de Deus que, ainda menina, acompanhou o início da formação do Ministério Verbo da Vida, ao lado do pastor Bud e Mama Jan. “Lembro quando nos reuníamos na casa dele. Por isso, estar unida na visão que Deus deu ao pastor Bud era algo muito forte. Reconhecia nele e em Jan os meus pais espirituais. Não foram eles que me ganharam para Jesus, mas foram eles que me discipularam, disciplinaram, ensinaram, acompanharam, acolheram, amaram e trataram como filha. Foi assim que sempre me senti com eles: como uma filha”, recordou.
Durante um tempo, ela foi a moça tímida da secretaria. Conta que corria de um púlpito “mais do que o diabo corre do Nome de Jesus”. Após se graduar na turma pioneira do Rhema Brasil, com apenas 21 anos, foi designada como diretora da primeira escola fora de Campina Grande-PB, em Recife-PE. “Eu sempre dizia: nasci aqui! Recebi Jesus aqui! E, se Ele não voltar, vou morrer aqui! Essa era a minha visão, mas a partir do momento que você vai se envolvendo com a Palavra, Ela vai lhe alargando por dentro e vai colocando, dentro do seu espírito, coisas que nem você mesmo tem consciência que está recebendo – da dimensão, dos sonhos e propósitos que Deus tem para a sua vida”.
Apesar do coração estar apertado por ter que sair de perto do convívio da família e dos amigos, e deixar sua cidade natal, a moça tímida sabia que aquela era a direção de Deus para aquele momento de sua vida.
Morar em Recife por três anos foi um desafio para ela. Aquele era um momento extremamente delicado para a sua família. Seu pai acabara de falecer em um acidente, e sua irmã, Sylvia, estava grávida de sua primeira sobrinha, Larissa. Junto a isso, vinham os muitos desafios que um início de obra exige.
Sâmia contava com o suporte de Alexandra Flegge – sua companheira nesse início. Apesar das incertezas, e da vontade imensurável de dar assistência à sua mãe, as instruções de Deus para a sua vida eram claras: enquanto ela cuidasse da obra d´Ele, Ele cuidaria de sua família.
Em Recife, a paraibana, muitas vezes, pensou em retroceder, ao enfrentar situações que nunca imaginou enfrentar. Ela conta que, certo dia, não possuía nada para comer em casa, apenas um pote de ketchup e um quilo de sal grosso. “Eu lhe pergunto: o que se faz com essas duas coisas? Um culto do descarrega, você toma um banho de sal grosso e coloca ketchup sobre você, para simbolizar o sangue de Jesus“, brincou.
Nesse dia, ao entrar no quarto para fazer suas malas, Sâmia ouviu uma voz, dizendo: “Eu lhe trouxe aqui e só Eu Lhe libero para voltar”. Ao ouvir isso, chorando, ela colocou sua mala de volta no lugar, e, imediatamente, uma Palavra saltou em seu interior: “Nunca lhe deixarei! Jamais lhe abandonarei!”.
“Me sentia sem chão, sem pernas e impotente, sem condições de fazer as coisas que me eram requeridas. O Senhor me falou: “Tirei suas pernas, para que você pudesse usar suas asas. Porque as pernas falam do que você é capaz na sua força, mas o que Eu tenho para fazer na sua vida são as suas asas que farão, e a sua confiança e dependência em mim. Se você abortar esse tempo aqui, comprometerá tudo o que Eu tenho programado para você viver na sua vida e no seu futuro”.
Deus estava criando uma estrutura sólida para que ela pudesse prosseguir o seu chamado. “As estruturas são formadas nas experiências e na dependência que temos d´Ele. A Bíblia nos diz que aprendemos as coisas por aquilo que vivemos e passamos. Muitas vezes, queremos cumprir algo e nos frustramos porque vamos na nossa força e na nossa empolgação. Porém, empolgação é diferente de motivação. A empolgação é motivada por um bem-estar do benefício, mas a motivação é uma consciência baseada no que Deus diz”, ponderou. Sâmia estava sendo ensinada a depender somente de Deus e da Sua Palavra.
Após o tempo que passou em Recife, Sâmia voltou a Campina Grande e trabalhou no Centro de Operações do Ministério Verbo da Vida por dois anos. Naquela época, começou a perceber, em seu espírito, uma inclinação, cada vez mais forte, para o ministério “Itinerante”. Enquanto trabalhava no Ministério, como funcionária, começou a se sentir desconfortável, como “um pássaro preso”.
Ao contar as suas perceções ao Ap. Bud, ele a instruiu a seguir o que estava em seu coração. “Eu sinto muita falta dele, porque, em todas as fases da minha Vida, eIe conseguiu me entender por dentro, até mesmo quando eu não conseguia me expressar sobre o que estava dentro de mim. Naquela ocasião, eu o procurei”.
Apesar das críticas que ouviu a respeito de abandonar o seu salário, Sâmia possuía uma Palavra forte em seu coração. Ela sabia o que devia fazer.
Com o constante crescimento das Escolas Rhema pelo Brasil, no segundo semestre de 2000, Canrobert Guimarães a colocou para ensinar no Rio de Janeiro e em São Paulo. Mesmo com o frio do inverno paulista, surgiram perceções em seu espírito em relação àquele local. Perceções que, com o passar do tempo e com intensas orações em línguas, se tornaram convicções.
No Final do semestre, hospedada na casa do Pastor Janduí, ele a chamou para conversar e perguntou: “O que você tem em seu coração sobre São Paulo?” Mediante a pergunta, Sâmia respondeu que Deus a estava direcionando para aquela cidade. Ele e Eliane sorriram e falaram: ”Nós estávamos orando e o Senhor nos falou que viria alguém do Nordeste para morar aqui connosco”. “Eu sabia que precisava confiar e descansar! Apareceu a casa; Deus abriu as portas! Depois, o pastor Marconde também me chamou e fez a mesma pergunta; eu disse que moraria lá, e ele disse que já sabia”, conta ela.
Sâmia morou por seis anos com o pastor Janduí e Eliane,enquanto este era auxiliar do pastor Marconde. Ao todo, foram 10 anos em São Paulo. Apesar de ter-se divorciado em seu primeiro casamento, Sâmia manteve-se fiel ao Senhor, consolada pelo Espírito e crendo que em lugar de vergonha, desfrutaria de dupla honra.
Depois de um tempo longe do púlpito, cuidando das suas emoções e guardando o seu coração, no início de 2009, ela foi chamada para ensinar em uma escola bíblica de Londres. Apesar da vontade de pedir para não ser escalada, Sâmia sabia que era necessário se submeter com temor. Ela passou mais de 40 dias ensinando a Palavra em Londres.
“Fiquei o voo inteiro orando em línguas. O espírito de profecia veio e eu recebi uma palavra: ‘a lei da semeadura e da colheita não tem prazo de validade; não tem vencimento. Ela se cumpre naquilo que eles semearam. A Europa foi o berço da Palavra; foi de lá que saíram os missionários para a América. A Europa semeou e chegou o tempo deles colherem”, relembra. Ainda segundo a palavra recebida por Sâmia, muitos brasileiros levariam a Palavra para a Europa: “Existe algo que está sob o Brasil nessa visão; é um fogo que não existe lá fora. É algo de entusiasmo, força vigor, e isso contagia”. “Eu sabia que estava envolvida nisso.”
Sâmia conta que, durante esse tempo em Londres, chorava todos os dias, movida em compaixão pelas pessoas daquela cidade. Algo a respeito de nações crescia dentro dela. Sâmia voltou a ensinar no Rhema e a residir por um tempo novamente em Campina Grande-PB.
Em 2013, Deus deu três presentes a ela. O primeiro foi uma viagem para a África do Sul, para a Igreja pastoreada pelo Pastor Chris Oyakhilome. “Foi maravilhoso ver como Deus opera ali! O nível de Palavra e unção, através de um homem que se dedica a níveis de oração e de consagração intensos!”.
O segundo presente foi o convite de Canrobert Guimarães para que ela ensinasse a primeira matéria do Rhema em Portugal. Foi “Fundamentos da Fé”. “Me assustei com aquilo! A primeira matéria é o cartão de visita. A responsabilidade é muito grande! Mas aceitei o desafio. Ensinei a matéria e tive várias experiências marcantes, inclusive de me manter sendo eu mesma, a despeito de onde estava ensinando.” O terceiro presente foi, no final do ano, quando foi chamada para dar aula no Rhema no Japão.
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