A palavra Zoë, significa a vida completa e absoluta que pertence a Deus, a vida real e genuína, a vida activa e vigorosa, não só neste mundo, naqueles que colocam a sua confiança em Cristo, mas depois da ressurreição ser consumada num corpo perfeito e por toda a eternidade. A própria vida de Deus.
Após sair da denominação onde pela Graça de Deus servi durante 21 anos, em 17 de outubro de 2006 voltei a servir com o meu pastor, que me ganhou para Jesus em 1982, Pastor Lionel Ferreira, no norte de Portugal. Decidido a não voltar para Lisboa, fiz planos para permanecer no norte e servir no ministério do meu pastor com a minha família. Assim, abrimos uma igreja em Guimarães que funcionava inicialmente ao domingo e, posteriormente, passou a funcionar ao sábado. Nos demais dias da semana, ajudava o meu pastor nas suas igrejas de Estarreja, Espinho e Gaia de forma muito ativa. Foi um tempo maravilhoso!
Em dezembro de 2006, um grupo de crentes de Lisboa entrou em contacto comigo para lhes prestar apoio espiritual e começar uma igreja nesta cidade. De início rejeitei, respondia que buscassem outra igreja, já que Lisboa tinha muitas, eu dizia: “Lisboa nunca mais”. Não me sentia com vontade de voltar. Mas os telefonemas aumentaram, pessoas diferentes faziam o mesmo pedido: “Pastor Augusto, ajude-nos, estamos sem alimento espiritual, as outras igrejas são uma bênção, mas não nos identificamos com elas…”. Eu dava sempre a mesma resposta: “Irmãos, procurem uma igreja com a qual se identifiquem, eu estou a ajudar o Pastor Lionel Ferreira, não posso sair daqui…”. Os telefonemas intensificaram-se, até que eu comecei a perceber um aperto no meu espírito quando dava como resposta “não”. Para descargo de consciência, comentei com o meu pastor o que se estava a passar, ele disse-me que não poderíamos deixar morrer aquelas pessoas e recomendou-me viajar até Lisboa para perceber o que se estava a passar no terreno. Assim, depois de mais um telefonema recebido com o mesmo pedido, concordei em marcar uma reunião na casa de um desses irmãos e reunir as pessoas que desejavam uma igreja. A reunião aconteceu no dia 13 de Janeiro de 2007 e estiveram presentes onze pessoas. Não preguei, vim somente para ouvi-los e procurar perceber no meu espírito o testemunho do Espírito Santo. Alertei que devido ao facto de estar a servir no ministério do meu pastor, a igreja teria de pertencer a ele, ter o mesmo nome da sua denominação, e que eu continuaria a servir debaixo da sua autoridade. Mas eles intercederam para que não fosse assim, antes fosse estabelecida uma igreja independente, pois manifestaram o receio de que o meu pastor, com o tempo, decidisse enviar-me para outro lugar. De volta ao norte, contei ao meu pastor o que se estava a passar e expus-lhe o desejo dos irmãos. Ele concordou (Graças a Deus pela sua visão de Reino). Assim começou a Igreja Zoe!
No início, deslocava-me a Lisboa somente ao domingo para as reuniões, mas durante a semana continuava a ajudar o meu pastor no norte. Este cenário manteve-se durante um ano. Foi puxado, mas não podia deixar o trabalho de ajudar o meu pastor de um dia para o outro. A minha semana estava organizada da seguinte forma: segunda-feira ministrava em Espinho; terça estava livre; quarta ministrava em Gaia; quinta ministrava em Espinho; sexta, muitas vezes, ministrava em Gaia; sábado ministrava em Guimarães; e domingo viajava 300 Km para ministrar em Lisboa pela manhã, e voltava para apoiar o meu pastor à noite na igreja de Gaia.
Durante esse ano, a igreja de Lisboa foi crescendo e com isso deixou de ser possível estar dividido entre Lisboa e o norte. Deste modo, debaixo da instrução e bênção do meu pastor, estabeleci-me definitivamente em Lisboa para me dedicar a tempo integral à nossa Igreja Zoe.
A Igreja passou por diversas etapas, mas seguimos crescendo em número, na revelação da Palavra e no mover do Espírito Santo, rumo ao propósito do Senhor para a nossa vida e ministério anunciando a Palavra da Fé, fazendo discípulos, ensinando a praticar a Palavra e vendo esta Palavra a operar na vida das pessoas que iam sendo transformadas.
Embora a Igreja tenha nascido oficialmente a 13 de janeiro de 2007, passou por uma renovação em todos os sentidos, pelo que consideramos Outubro de 2016 o “novo começo” e o encontro com o rumo que o Espírito Santo sempre teve para o nosso ministério.
Juntamente com a minha mulher, Sâmia Sousa, também ministra do Evangelho, seguimos com essa missão que nos foi confiada: levantar não mais uma igreja, mas uma família, e preparar pessoas para a obra do ministério dentro dos princípios e caráter que vemos nas Escrituras.