(PARTE I)
Durante muito tempo da minha vida, desde que me converti, fui muito cobrada e criticada na área de relacionamentos. Principalmente, porque muito cedo foi percebida uma chamada de Deus na minha vida. O desejo das pessoas era que eu casasse logo para que eu pudesse desfrutar mais amplamente desse chamado. Naquela época (e eu estou falando de mais de 20 anos atrás), não era tão comum ter mulheres ministrando a Palavra como hoje se vê e, por isso, casamento era uma conversa tão frequente quando se dirigiam a mim.
Como toda mulher, é claro que eu queria ter alguém, mas, pelo fato de ter namorado antes de me converter e ter visto essa pessoa sofrer tanto pelo término do relacionamento, decidi que não namoraria sem ter um “propósito”, só por namorar ou curtir. Quando me converti, essa decisão ficou ainda mais séria, sem contar que o chamado de Deus tomava praticamente as 24 horas do meu dia e as responsabilidades eram tantas, que no meu coração eu queria me mostrar aprovada por Deus no caráter, no procedimento e na confiança a mim depositada.
Fui a primeira ministra “produto nacional” do Ministério Verbo da Vida, assim como fui a primeira diretora da primeira escola filial (cidade do Recife) do Ministério, e, tudo isso, com a idade de 21 anos. Então, você imagina o que passava dentro de mim… Naquele tempo, por mais que eu quisesse, não estava pronta nem como pessoa, nem como mulher para assumir mais essa responsabilidade (embora quisesse muito kkkkk)!!
Eu sabia que devido às tantas coisas que haviam acontecido na minha vida, eu primeiro precisava buscar a Deus para descobrir quem eu era e a minha identidade nEle. Não foi fácil ficar sozinha nesse tempo, porque desde que havia me convertido sempre houve pessoas interessadas, mas não podia “colocar” alguém na minha vida para “suprir” uma necessidade ou carência que havia dentro de mim, somente pela fase que eu estava vivendo, ou pelas dificuldades que eu estava passando e muito menos pelas cobranças que eu tinha por ser uma ministra tão jovem.
Havia “algo” dentro de mim que não permitia que eu avançasse em nenhum desses relacionamentos. Às vezes, não entendia o porquê, afinal, na maioria das vezes, eram bons rapazes, envolvidos na igreja, enfim… Resolvi confiar em Deus. Não vou dizer que foi fácil. Chorei muitas vezes. Estava sozinha, sem minha família, fazendo algo que nunca havia feito, sendo moldada, cobrada e quebrada em muitas coisas… Eram tantas responsabilidades, que pensei muitas vezes: “Poxa, se eu tivesse um marido não estaria passando por nada disso, ou pelo menos não seria tão difícil assim!”
Sabe, um marido ou esposa não deve ser a solução dos seus problemas. Vejo muitas pessoas se casando sob o pretexto de que “é melhor casar do que viver abrasado“, e usam isso como o melhor argumento para respaldar um casamento. Só que, se você perguntar para qualquer pessoa casada, você vai ouvir delas que sexo não sustenta casamento. Ele é uma parte importante, mas só é importante e bom quando vem acompanhado de outros ingredientes que se constroem antes, como o amor, parceria, diálogo, respeito e por aí vai.
Um marido ou esposa deve ser um complemento a algo que está bem claro e definido em Deus dentro de você e não um escape dos seus problemas, pressões ou carências.
Durante anos (isso mesmo, ANOSSSS) vivi assim. Fui muito criticada. Ouvia que eu escolhia demais e que, por causa disso, iria acabar ficando pra titia. Diziam que por causa do meu jeito (se referindo a forma que eu ministrava), eu assustava os homens e eles também não iriam querer uma mulher “braba”; que os anos estavam passando e que eu estava ficando velha e tinha que correr atrás. Muitas vezes a minha vida sentimental era o tema de muitas rodas de conversas! Sério!!! E como isso me machucava.
Durante esse tempo, me apaixonei algumas vezes… Sofri, e chorei tantas outras. Houveram situações em que eu percebia no meu espírito logo de cara um freio; em outras cheguei a desenvolver uma conversa e no caminho percebia que não tinha nada a ver. Sim, porque a medida que o tempo foi passando, tanto o propósito de Deus pra minha vida quanto a identidade que Ele havia formado em mim, ficava cada vez mais clara, mais evidente, e isso passou a ser uma maneira de discernir as coisas.
(PARTE II )
Sempre costumo dizer que Deus não une sentimentos e sim propósitos. Sim, porque se formos pensar que Deus está envolvido em um relacionamento porque temos sentimentos por determinada pessoa, então Deus estava validando todas as vezes que você se apaixonou perdidamente, e sabemos que não é assim! Eu descobri que quando temos alvos específicos de Deus, e consciência do propósito para o qual fomos criados, isso servirá de critério para uma boa escolha não apenas na área sentimental, mas em todas as outras. Por exemplo; quando você descobre que lhe foi dada a habilidade de ser um atleta, imediatamente os critérios para viver e alcançar aquela realidade se levantam dentro de si: dormir cedo, ter uma dieta balanceada, se associar com as pessoas certas, estudar meios e técnicas de desenvolvimento e aí por diante… Da mesma forma, acontece no espiritual. Os critérios se levantarão!
Já vi muitas pessoas com um chamado em Deus fora do comum, casando com pessoas que não tinham a mesma essência (quando falo de essência não me refiro apenas ao chamado, mas também a alcance e realização). Então elas se veem presas a um casamento sem propósito que foi constituído mais por carência, desejo sexual, pressão da família ou amigos do que por qualquer outra coisa. Infelizmente o futuro de alguém assim, vem para o nível do “ordinário”, como dentro dela há algo que o “ordinário” (que é habitual, comum, por via de regra) não supre, a tendência é uma vida frustrada! E como temos visto isso hoje em dia!
Por mais de 21 anos de ministério, tenho tido a oportunidade de estar em contato com muitas pessoas, muitos ministros, já fiz muitos aconselhamentos e isso me fez ver e aprender coisas boas, mas também, coisas não tão boas assim. Vi pessoas “suportando” uma carga sem a graça para aquilo, simplesmente pelo fato de estarem ligadas à alguém pelo casamento!
Digo por experiência própria, também já passei por isso, e posso te dizer que é uma das coisas mais frustrantes da vida! São duas linguagens diferentes, sem contar que, para a mulher com um chamado, se ligar a alguém que não tem a mesma visão é pior porque a parte que será mais frustrada será a dela; visto que o marido se torna sobre ela o seu cabeça e ela deverá seguir e submeter-se a visão dele.
Existem muitas pressões que vêm sobre quem é solteiro (como já falei na parte I), mas quero ressaltar a pressão que nós colocamos sobre nós mesmos quando parece que todo mundo ao seu redor “encontrou o seu par” menos você. No meu caso, eu também sofri com essa pressão por um tempo, e por mais que eu quisesse me envolver, havia algo por dentro que não me permitia. Não quero transformar a minha experiência em doutrina, porque não é, mas talvez, ela sirva para dar ânimo e clareza a todos os que se encontram na mesma situação que um dia eu me encontrei.
Certa vez, em uma dessas fases de pressão e questionamentos do porquê eu tinha esses freios dentro de mim, uma passagem em Provérbios 14.10 saltou em meu coração que diz: “O coração conhece a sua própria amargura, e da sua alegria não participará o estranho”. Naquele momento eu comecei a ter mais luz do porquê dos freios e dos critérios (ou como algumas pessoas falavam “das exigências”) tão firmes que haviam dentro de mim.
Por ter cada dia MAIS LUZ SOBRE O PROPÓSITO DE DEUS PRA MINHA VIDA, eu sabia que não iria viver aquilo se eu não seguisse as direções de Deus e dependesse dEle em relação a me associar com a pessoa certa. Como o próprio versículo diz, o nosso coração (espírito) conhece a tristeza, o que falta, o que completa e também o que alegra, e quando essa alegria chega, ela pode não fazer tanto sentido para os outros como o faz pra você, porque só você sabe o que estava dentro dele!
(PARTE III )
Já mencionei anteriormente como a minha vida sentimental era assunto nas rodas de conversas e, quando eu tomava conhecimento, como isso me machucava. Saber que as pessoas “pensavam” que sabiam mais sobre mim do que eu mesma e das coisas que o Senhor estava tratando e trabalhando em mim era difícil.
Desde que comecei a ter luz sobre o propósito de Deus para minha vida, fiquei mais criteriosa. Sabia a importância de cumprir aquilo para o que fui criada! Não queria e não podia deixar que nada e ninguém atrapalhasse isso, assim, dependi do Senhor para cada passo. A única vez que segui as pessoas e cedi à pressão dos meus sentimentos, me machuquei muito, atrasei quatro anos da minha vida e daquilo que me estava proposto.
Contudo, glória a Deus, vi onde havia parado e voltei para aquele lugar de obediência e paz. Na maioria das vezes, não é fácil. Exige foco e perseverança, principalmente para enfrentar o teste do tempo e fazer você acreditar que ainda tem jeito, que nada foi frustrado, mas, que vai requerer de você uma força maior para se levantar. Um fim de relacionamento que envolve anos e intimidade, deixa muitas marcas, muitas vezes, profundas e extremamente dolorosas. Às vezes você pensa que é quase impossível voltar a ser “gente normal e completa”. Afinal, alguns pedaços de si foram arrancados e machucados.
Deixa eu te falar uma coisa muito certa: “Quando você envolve Deus no assunto, aquela área nunca vai ficar do mesmo jeito, aquela situação não será o estado final da sua vida!”E, glória a Deus, não fica do mesmo jeito mesmo. Houveram dias, durante esse processo de restauração, que era muito difícil abrir a boca e declarar a Palavra ou orar em línguas. Eu falava um minuto em línguas e uma hora eu “navegava” em meus pensamentos de derrota! Isso me condenava tanto.
Achava que eu era a pessoa mais sem fé que havia no mundo. Até que um dia, o Senhor ministrou ao meu coração que a minha fé não era medida pela altura da minha voz ou ousadia com que eu declarava ou orava, mas sim, pelo fato de NÃO DESISTIR, não abrir mão do que Ele havia me falado!! Que alívio e refrigério aquilo foi para mim!
Quando você erra o alvo, o processo de volta geralmente não é agradável, e é aí que muitos se perdem e desistem de permanecer.
Acabam abrindo mão do melhor de Deus pelas consequências a serem enfrentadas e desafios a serem superados. Nesse processo, uma das coisas que se levantam com muita força é a falta de amor próprio e a insegurança sobre ter esperança de um futuro bom. Em outras palavras, é “ver que tem luz no fim do túnel”, e, muitas vezes, pensando assim, abrimos mão de coisas que estavam dentro do nosso espírito, mas, que por causa de um erro, achamos aquilo impossível de acontecer ou longe demais para alcançarmos!
Posso te garantir, mesmo com todas essas coisas que se levantam, VALE A PENA perseverar! Mas cuidado!! A dor de uma espera, ou a dor de um relacionamento mal sucedido, deve te deixar mais forte e experiente, e não insensível, amargurada e com medo! Por isso é tão importante se envolver com o Senhor.
Algumas pessoas, quando saem de um relacionamento que não deu certo, se apressam a entrar em outro, sem nem ter tempo de uma avaliação e reparação dos danos causados. Então, elas entram em um novo relacionamento, cheio de peças quebradas, com uma alma extremamente carente de tudo o que não foi realizado no relacionamento anterior. É como uma determinada frase que ouvi certa vez que dizia: “Entrar em um relacionamento, quando você está com um alto nível de carência, é como ir em um supermercado com fome: qualquer coisa serve!” O que era absurdo, se torna aceitável!
O tempo pode te fortalecer a perseverar, se você estiver com os olhos no Senhor e com o seu coração firmado dentro das convicções que Ele tem colocado. Contudo, o tempo também pode ser uma arma de enfraquecimento, se você fizer o oposto disso e atentar para as coisas “de fora”.
O tempo revelará em que tipo de convicções você está firmado. Ele revelará as suas estruturas e, também, deficiências; áreas que estão fortes, mas também áreas que estão fracas. Ele pode ser um bom sinalizador sobre o que você precisa reparar em sua vida para não ter uma base perecível.
A vontade de querer acertar, não significa que você irá, pois o que te capacita para isso é ter perseverança suficiente para ficar firme nas pressões. Isso não acontece pelo simples fato de querer acertar, mas sim, de se posicionar nas convicções e critérios que o Senhor depositou no seu coração.
Quando nós olhamos à nossa vida pelos nossos próprios olhos, achamos que já estamos prontos, ou que sabemos, pela nossa própria capacidade de avaliação, qual é a pessoa certa para nos envolvermos.
Gosto muito de uma passagem na qual Davi fala, “Senhor, vê se há em mim algum caminho mal e me guia pelo caminho eterno” (Sal 139.24). Em outras palavras, Davi disse: “Senhor, eu já fiz a minha avaliação de mim mesmo, mas VEJA VOCÊ se tem algo que não está certo, porque pode ser que o conhecimento que eu tenho AGORA, não seja suficiente para ver aquilo que está além do meu conhecimento ou do meu, aquilo que está no meu futuro, aquilo que está dentro do propósito que o Senhor tem para minha vida!”
Muitas vezes, segundo A MINHA própria avaliação, estava tudo bem, porém, quando eu permitia que Ele me desse o Seu parecer, na maioria das vezes, aquilo contrariava o que eu queria (risos).
Como é bom confiar em Deus (mesmo doendo, ou não entendendo) e saber que, independente de como as coisas corram, quando eu confio nEle, e sigo as Suas instruções, Ele sempre me guiará pelo bom caminho da Sua vontade.
(PARTE IV )
Deus não tem problema com o tempo, nós é que temos e, por isso, muitas vezes, não sabemos esperar e tentamos “ajudar” a Deus, dando o nosso jeitinho, querendo acelerar as coisas e é aí que nos metemos em muitas encrencas desnecessárias… porque NÃO SABEMOS ESPERAR!!
A Bíblia fala em Eclesiastes 3.11: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo…” Gosto de dar esse exemplo para explicar esse versículo: É como uma fruta que colhemos antes de estar pronta, madura. Se você já comeu uma banana quando ela ainda não estava totalmente madura (por causa da fome, ou apenas porque queria), você deve ter percebido que ela “trava” “é rançosa”, tem algo nela que te dá desconforto na hora de usufruir.
Na área dos relacionamentos é da mesma forma. Às vezes, nós somos a fruta que ainda não está madura, em outras vezes, é a pessoa com quem queremos nos relacionar. Se insistirmos em provar aquilo, acabaremos percebendo que “algo” não está bom, trava, não encaixa, não preenche! Pode satisfazer as necessidades superficiais da carne e da satisfação em ter alguém, mas não complementa com “aquilo” que está dentro de você que pede algo mais apurado e amadurecido!
Quando metemos os pés pelas mãos e levamos esse relacionamento ao casamento, poderemos passar pelo desconforto de ter que esperar essa pessoa amadurecer, e é aí que muitos relacionamentos se deterioram e acabam, porque se você não teve paciência para esperar antes de casar, provavelmente não terá a paciência de fazer isso depois de casar, com muito mais responsabilidades e pressões envolvidas!
Com isso não estou falando em perfeição. DE FORMA NENHUMA!! Somos seres em constante mudança, cheios de imperfeições, defeitos e sempre teremos coisas para mudar e aperfeiçoar na nossa vida até à volta de Jesus.
Então como discernir esse tempo? Quando saber que chegou o tempo de Deus?
Sabemos que ele chegou quando você não precisa colocar força para aquilo acontecer. Que por mais que existam desafios e mudanças a serem feitas, a coisa flui sem ser um peso, sem te deixar lento! Afinal de contas está escrito em Provérbios 10.22, que a benção do Senhor “enriquece” e não nos acrescenta dores (desgosto, pesar, ferida, trabalho árduo).
Entender o tempo de Deus na nossa vida talvez seja um dos maiores desafios que temos que lidar, porque por natureza o ser humano é imediatista, ele gosta de pensar que ele mesmo é o Senhor do tempo. Quando isso acontece (determinar quando as coisas têm de acontecer), isso só me mostra que não estamos confiando em Deus, porque quem realmente confia em Deus não olha para o relógio, e nem fica olhando “o que não tem”, ele aproveita a “viagem” e tira proveito dela!!
Quando eu conheci Augusto (meu marido) foi assim. Eu havia decidido descansar sobre essa área e, quando descansamos, deixamos Deus trabalhar em nosso favor.
Eu lembro de um dia estar em casa em São Paulo e receber uma ligação do diretor geral do Rhema me avisando que haveria uma mudança no meu calendário de aulas, que ao invés de ir dar aula em Portugal mais à frente, ele estaria me enviando para abrir a escola com a primeira matéria do ano letivo de lá. No momento, a notícia não me caiu bem porque iria deixar de dar aula em um determinado lugar que eu queria muito, mas me submeti à mudança!
Viajei para Portugal em Setembro de 2013, e foi quando conheci Augusto, ou melhor, pastor Augusto na época (risos). Ele foi um dos meus alunos no Rhema e cheguei na época a ministrar na sua igreja. Esse foi todo o contato que tive com ele. Passados dois anos sem nenhum contato, já no final de 2015, recebo uma mensagem dele querendo saber algumas coisas sobre o ministério, a visão… e por aí vai… E foi assim que tudo começou. As mensagens breves e esporádicas, se tornaram em longas e diárias e começamos a perceber que mais era o que nos unia, do que as diferenças ou até mesmo a grande distância.
Ele se apaixonou primeiro, eu dei um pouquinho mais de trabalho porque depois de algum tempo eu percebi duas coisas dentro de mim que eram uma barreira que me impedia de ver quem eu tinha na minha frente. Uma delas era a questão do estereótipo. Às vezes caímos na besteira de fazermos “a listinha” do que queremos na pessoa com quem iremos casar, mas você já viu que, na maioria das vezes, essa lista consiste em: ser bonito (a); alto (a); loiro (a); moreno (a); bem-sucedido (a); ter um corpo lindo; nos amar perdidamente e não ter sogra. Não é verdade? Às vezes essa lista consiste mais nos atributos “de fora” do que nos “de dentro” (valores, conceitos, propósito, caráter, educação, visão, amor a Deus…).
Eu tinha as duas listinhas (risos). E travei quando vi que ele não era bem o que estava na minha listinha das coisas de fora. Sim, ele era charmoso e havia atributos por fora, mas não os que eu havia idealizado. Às vezes, é aí que “perdemos” algo bom, e isso quase me aconteceu!! Mesmo resistente, nunca deixei de ter o meu canal aberto com Deus para ouvi-lo. Então, certo dia, chegando em casa, com a minha cabeça a mil pensando sobre todas essas coisas, eu ouvi tão alto e claro dentro de mim o Senhor falando comigo: “Filha, você está olhando tanto para o envelope que está esquecendo de ler a carta! Leia a carta e verá que ele é tudo o que você desejou!”
Sabe, e era mesmo! Os valores, princípios, o coração, o amor que ele tinha por mim… Me fez ver como aquela outra lista era insignificante! Mas, ainda faltava mais uma barreira, que eu só fui perceber que tinha quando me vi vivendo uma experiência com alguém que realmente estava levando as coisas a sério, vi que Augusto não estava brincando quando dizia que gostava de mim e quando falava das suas intenções comigo, e isso me fez perceber que eu tinha medo, medo de errar novamente, medo de ser magoada e machucada, eu tinha medo!
O medo nada mais é do que uma perspectiva negativa do futuro e, muitas vezes, ele tem a sua fonte no passado, nas coisas que haviam acontecido (como foi o meu caso)! Eu estava com a minha visão distorcida, turva, porque estava olhando o meu futuro através dos óculos do meu passado! E toda vez que fizermos assim, medo se levantará para impedir que tenhamos a clara visão da realidade que está diante de nós!
Eu precisava resolver isso dentro de mim, e uma das maneiras foi através de uma passagem que o Senhor ministrou ao meu coração que está em I João 4.18que fala que o perfeito amor lança fora todo medo. Aleluia!
Eu sei que aqui está falando sobre o amor de Deus, mas, quando algo nasce no propósito de Deus, o amor dEle está envolvido nisso. Então, vem a paz e não tormento. Foi aí que comecei a ver que havia sim algo de Deus em tudo aquilo que estava acontecendo comigo, que havia um propósito, uma ligação entre nós que não estava baseada em beijos ou em abraços, era algo mais forte que as nossas diferenças ou do que a distância física que nos separavam (praticamente 6.000 quilômetros), mais forte até mesmo que a cultura. Era algo que encaixava, que trazia paz e segurança e esse “amor” lançou fora todo o medo que estava tentando roubar o novo de Deus de mim!
Começamos a namorar no dia 02. de Fevereiro de 2016, noivamos no dia 12 de Julho de 2016. Nos casamos no Brasil no dia 18 de Outubro de 2016 e em Portugal no dia 29 de Outubro de 2016, ou seja, em 8 meses começamos a namorar, noivamos e casamos. Me tornei a ‘senhora Sousa’, a minha vida mudou literalmente 100% e, mesmo tendo que “deixar” muitas coisas que amo, valeu e está valendo muito a pena ter esperado em Deus!
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