Dízimo e Ofertas na Bíblia: Sustento da Obra de Deus do Antigo ao Novo Testamento
O dízimo não é exclusivo da Lei. O dízimo tem a sua primeira referência na Bíblia, a aproximadamente seiscentos e quarenta anos, antes da Lei ter sido entregue a Moisés no monte Sinai.
“E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do é Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo DEUS Altíssimo, o Possuidor dos Céus e da Terra; E bendito seja o DEUS Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.” (Génesis 14.18-20)
Logo, o dízimo não é da lei e os que, isso ensinam enganam-se a si mesmos e aos que os ouvem.
No V.T. o dízimo é do Senhor e não dos levitas. “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor.” (Levítico 27.30).
DEUS, por Sua vontade, dava os dízimos para sustento dos levitas, pelo serviço que prestavam. “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação.” (Números 18.21).
Tanto que em Malaquias 3, quem estava a ser roubado nos dízimos e ofertas era DEUS e não os levitas, nem as viúvas ou os órfãos. “Roubará o homem a DEUS? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.” (Malaquias 3.8).
No N.T. JESUS nunca proibiu dar os dízimos, pelo contrário Ele incentivou a fazê-lo, mas lembrou que dar o dízimo não é tudo. “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.” (Mt.23.23). Os fariseus davam o dízimo pela lei e não por honra. Abraão deu o dízimo por honra e não pela lei. JESUS disse que eles deveriam dar os dízimos, mas também praticar a justiça, a misericórdia e a fé. JESUS, não disse que deveriam parar de dar o dízimo, o que Ele disse, foi além de darem o dízimo, não deveriam desprezar a justiça, a misericórdia e a fé.
As ofertas que as pessoas davam a JESUS, mantinham o Seu ministério, “E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de DEUS; e os doze iam com Ele,
E algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios;
E Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que O serviam com seus bens.” (Lucas 8.1-3). Com estas ofertas JESUS pagava as despesas do Seu ministério e usava uma parte para ajudar os pobres.
Na igreja do N.T. os cristãos eram mais generosos ainda, porque aqueles que vendiam as suas propriedades davam o valor para o serviço da obra de DEUS. (Atos 4.36,37). Era comum, entre outros, as igrejas financiarem o ministério do apóstolo Paulo, “Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a DEUS.
O meu DEUS, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por CRISTO JESUS.” (Filipenses 4.18). Eles usavam este dinheiro para pagar as despesas do ministério e para ajudar os pobres e as viúvas. “E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, Aquele de quem se testifica que vive.” (Hebreus 7.8). “E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a Lei, de tomar o dízimo do povo, […]” (Hebreus 7.5). Os sacerdotes da Lei recebiam os dízimos daqueles que viviam debaixo da lei. “Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão.” (Hebreus 7.6). Melquisedeque tomou os dízimos do patriarca Abraão, seiscentos e quarenta anos antes da lei. “[…] sendo feito semelhante ao Filho de DEUS, permanece sacerdote para sempre.” (Hebreus 7.3). Este sacerdote, Melquisedeque é uma figura de JESUS e do Seu sacerdócio eterno. Se um sacerdote permanece para sempre as suas funções permanecem com ele e, entre essas funções, está a de receber os dízimos. Então o (Vs.8) tem o seu sentido. “E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, Aquele de quem se testifica que vive.” (Hebreus 7.8). A nova versão internacional da Bíblia diz: “No primeiro caso, quem recebe o dízimo são homens mortais; no outro caso, é Aquele de quem se declara que vive.” (Hebreus 7.8).
O dízimo, não pode ter sido abolido, uma vez que o “sacerdote” que o recebe é “[…] Aquele de quem se testifica que vive”.
O dízimo é antes da Lei, durante a Lei e permanece depois da Lei. Porque o dízimo é mais que uma lei, o dízimo é um princípio espiritual de honra.
O nosso sacerdote continua a abençoar-nos e nós continuamos a honra-Lo dando-Lhe os dízimos. “O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se Eu Sou Pai, onde está a Minha honra? E, se Eu Sou SEMHOR, onde está o respeito para Comigo?” (Malaquias 1.6). É de honra que DEUS está a falar, Ele só refere a questão das ofertas e dízimos, porque são uma expressão de honra e, neste caso, o povo mostrava a sua desonra e desprezo pela qualidade das ofertas que davam e pelos dízimos que negavam. “Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e aceitará a tua pessoa?” (Malaquias 1.8). O assunto é o mesmo, a honra. DEUS está a trazer esclarecimento de que, nem o governador aceitaria a pessoa deles com aquele tipo de oferta que davam a DEUS. O assunto continua o mesmo nos capítulos seguintes. “Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento. Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao Meu Nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.” (Malaquias 2. 1,2). O problema era o mesmo, não dar honra a DEUS. E, DEUS revela que a honra vem do coração “[…] e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao Meu Nome[…]”. Honrar a DEUS, é uma decisão do coração e não uma escolha que fazemos conforme as circunstâncias em que nos encontramos.
Esta, é uma das razões por que o povo de DEUS está a sofrer na sua vida financeira, porque eles não honram a DEUS com as suas finanças. Eles acham que este assunto era “coisa” da lei, mas a honra a DEUS, é antes durante e depois da lei. Honrar a DEUS é um requisito de quem quer ter comunhão com Ele. A honra é algo que oferecemos voluntariamente e não forçado. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do SENHOR dos Exércitos. Mas vós vos tendes desviado do caminho e, por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos; violastes a Aliança de Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Malaquias 2.7,8). Assim como no tempo do profeta Malaquias, a falta de honra a DEUS nos nossos dias, por parte de muitos crentes, deve-se ao facto de muitos pregadores espalharem esse ensino de desonra, de que o dízimo não é mais para os dias de hoje.
Em suma o dízimo e as ofertas são de DEUS, para o sustento da obra de DEUS. A propagação do Evangelho e tudo o que isto envolve incluindo o sustento daqueles que a esta missão se dedicam.
O facto de alguns ministros do Evangelho se tornarem inclinados para o dinheiro, (o que é problema deles), não anula o fato de fazermos o que é certo.
Mesmo que não houvesse nenhum mandamento sobre isto, nós faríamos da mesma forma, porque amamos a JESUS e o evangelho o suficiente para o fazer. Além disso, temos sido tão abençoados na prática desta Palavra, que não nos deixaremos roubar pelo engano e por uma avareza disfarçada de piedade.
A insistência na ideia de que o dízimo não é mais para hoje, revela um coração que já se apartou de DEUS e ainda não deu conta disso. “Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e Eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
Roubará o homem a DEUS? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que Te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.” (Malaquias 3.7,8).